A RESPEITO DO LIMBO

     Vendo o post de ontem (hoje?), veio-me à mente aquela série de TV tão famosa, mas da qual jamais vi um só capítulo: "The Walking Dead". A idéia, como metáfora da humanidade é ótima. Os americanos, como sempre fazem, certamente  deram uma "acoxambrada" (gíria antiga, não liguem não) no "plot", meteram lá umas armas nas mãos dos "humanos" explosões de corpos putrefatos, etc. e virou aquela bosta que até meninos de oito anos acham besteira.
     Mas então vi um filme-documentário chamado "Aftermath" e entendi. Nada de céu, limbo, inferno: estamos no fim de nossa jornada neste planeta, um fim inglório e provavelmente com muita violência, tanto entre nós mesmos como da natureza,  nesses milhares de anos tão profundamente alterada pelo homem. Segundo o filme, as baratas e os ratos também se extinguirão, pois vivem enredados a nós (fiquei surpreso com isso, mas no filme as explicações para a extinção desses animais fazem sentido)
     Dante queria se livrar de muitos desafetos quando escreveu a "Divina Comédia": botou a todos no inferno e sua poderosa imaginação criou todo um sistema hierárquico naquele ambiente "dantesco" onde eles, seus inimigos, sofressem o diabo pelo  resto da eternidade. Muito mais modesto e sem o menor sinal da genialidade do florentino, concordo com o fim do filme: daqui a uns 20 milênios nem o mínimo vestígio de nos existirá na Terra. Apenas na Lua restará uma bandeira imóvel, uma estranha geringonça de quatro rodas e uma pegada indecifrável.

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