ERA FIM DOS ANOS CINQÜENTA do último século: um jovem chamado Ananias, recém-formado pela Politécnica, estava muitíssimo feliz. Havia conseguido um "bico" na prefeitura, onde era o encarregado do licenciamento de novas obras na cidade. Com o passar dos dias percebeu que poderia cobrar "um cafezinho" pela sua assinatura naqueles documentos. Até hoje o trêfego se lembra de um edifício em especial, chamado Wilton Paes de Almeida. Naqueles tempos esse era um sobrenome famosíssimo, por causa do banqueiro, industrial e político Sebastião Paes de Almeida, o "Tião Medonho" da imprensa. Esse edifício marcou época por ser um projeto que obedecia aos cânones arquiteturais daqueles vibrantes anos em que o Brasil, por causa principalmente de Brasília, pontificava nesse campo. Ananias imaginou que poderia receber um bom dinheiro com o licenciamento, ainda mais se opusesse algumas dificu...