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Mostrando postagens de abril, 2013

AINDA TÃO NOVINHA... (final)

     Hoje é dia do aniversário de Brasília. Compartilhado com o festivo dia de Tiradentes e do triste anúncio oficial do falecimento do Presidente Tancredo de Almeida Neves. comemorações estão ocorrendo em diversos locais, em maior número na Esplanada dos Ministérios, imenso espaço gramado entre a plataforma rodoviária e o  Congresso Nacional, margeado pelos blocos dos Ministérios. A participação popular espontânea é incentivada pelo Governo do Distrito Federal, que também atende pela sigla de GDF.      Aqui é a cidade das siglas, falando nisso. Meu bairro, onde moro atualmente, chama-se SHIS; já fui morador da SQN 312, da 316, da SQS 106, da 405, da 416... Não lembro quando isso começou. antes, davam-se nomes aos lugares: o belo apelido de  "Cidade Livre" (que depois ganhou o esquisito nome de "Núcleo Bandeirante"), Rodoviária, Eixão Sul, Lago Sul, Lago Norte, etc. Será que foi na mesma época em que o povo passou a chamar o Presidente-Fundador carinhosamente de

AINDA TÃO NOVINHA (parte II)

     ENQUANTO ISSO Brasília começava a crescer. E esse crescimento, junto a sua consolidação  como capital do Brasil fazia igualmente com que aumentassem as manifestações contrárias a sua própria existência. Houve primeiro um movimento de alguma intensidade, visando à volta da Capital Federal para o Rio; os primeiros interessados (do ponto-de-vista deles com muita razão) eram os  cariocas, privados do lugar hegemônico que ocupavam durante praticamente dois séculos; depois parte do funcionalismo público, acostumado a "bater o ponto" nas areias de Copacabana ou nos desertos da Barra; ainda a grande parcela da classe burguesa, recém assimilada pelo trato urbano, com pavor de tudo que levemente pudesse significar uma "volta ao roçado" (e em suas pobres cabecinhas Brasília era antes de tudo essa "roça").      Havia ainda a necessidade de, através da desconstrução da política desenvolvimentista dos anos JK (o que significava, nestes termos, exatamente a total

AINDA TÃO NOVINHA...

     Brasília fará cinqüenta e três anos dia 21, domingo próximo. Eu morei aqui pela primeira vez quando ela mal havia completado dois. Não dá para comentar as mudanças que ocorreram, nem é esse o meu intuito. Mesmo porque a cidade, nos últimos dez anos, está rapidamente se transformando em uma metrópole igual a qualquer outra grande cidade. E infelizmente copiando os problemas e não as soluções de fora.       Lembro-me de quando começou a ser construída, em meados da década de 50 do último século . Naquela época as forças de oposição ao governo, encabeçadas pela antiga UDN, usavam todo e qualquer pretexto para achincalhar com o Presidente Kubistchek e seu governo. A violência atingia seu paroxismo nos inflamados discursos do brilhante e maléfico deputado Carlos Lacerda, ex-comunista, depois conservador, reacionário e oportunista político, que usava toda sua força de influência (era dono de um jornal, a "Tribuna da Imprensa") para insuflar a idiotizada classe média brasile

Literatura & Rio de Janeiro: TAMOIOS NO ARPOADOR

Literatura & Rio de Janeiro: TAMOIOS NO ARPOADOR   Quem não ler é mulher do padre!!

IDADE MÉDIA - II

     HAVIA naqueles tempos um costume: como às vezes o defunto "ressucitava" (sim! Os métodos de verificação do óbito eram extremamente precários!), era prática corrente passar uma cordinha presa em suas mãos por um orifício no esquife. do lado de fora esse cordão ficava atado a um badalo de pequeno sino. No caso de o "defunto" acordar dentro de um prazo de dois a três dias, bastava-lhe puxar a cordinha, fazendo com que o sino badalasse e ele fosse resgatado. Então temos aí a origem da expressão: "salvo pelo gongo" originalmente "saved by the bell".           E PORQUE é que dizemos "está chovendo canivete" perante um aguaceiro daqueles? Naqueles tempos as casas todas (exceção dos palácios) não possuíam teto: as traves e demais componentes da estrutura do telhado ficavam expostas. Na ocasião dos temporais, era costume colocarem-se os animais domésticos a salvo de possíveis enxurradas ou seja: dentro de casa. Como o teto das casas era b

AVISO AOS NAVEGANTES

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MÊS DAS NOIVAS...

     Maio já bate às portas. Revistas e cadernos especiais estão sendo elaborados, mil e uma sugestões de vestidos, etc. etc. Só que...      ... estava olhando velhos arquivos de um antigo computador e achei um texo assaz curioso, que reproduzo com minha linguagem própria, prolixa e pobre:      Na alta Idade Média a Europa padecia da maior parte dos confortos modernos. Água, por exemplo, era do poço que geralmente ficava no meio da  vila próxima. Levar um balde com água pra casa, daqueles de madeira, já pesadíssimos quando ainda vazios, era um  grande problema e demandava imenso esforço físico.      Então os banhos eram restritos a um ou dois por ano, pois não havia o hábito de os humanos usarem os riachos e ribeirões das florestas. Esses banhos eram tomados em ocasiões especiais, um deles certamente quando o inverno ia embora e a primavera começava. O cheiro de roupas usadas durantes os meses anteriores, e dos próprios corpos era de tal ordem que mal o mês de abril chegava, os huma

M E N D A N H A

                                                                         (escrito em 2012)          O Rio Jequitinhonha, após nascer nas fraldas do Itambé, pros lados de Milho Verde e São Gonçalo do Rio das Pedras, desce com força o Espinhaço, precipitando-se em centenas de pequenas e médias cachoeiras e alguns canhões (como falam nossos primos portugueses).       Então ele encontra terreno mais friável e aí começa a cavar seu vale e a espraiar-se. Algumas vezes fica tão raso que aparece um vau, propício a travessia de homens e bichos. Daí segue até a interessante Belmonte, no litoral baiano. Antigamente havia lá um porto, que provavelmente servia aos cacaueiros, enquanto o Jorge Amado não inventava Ilhéus e a sua Gabriela.      O primeiro povoado do vale é o Mendanha. De Diamantina até lá é uma descida só, uns quinze a vinte quilômetros de asfalto. Então você sai à esquerda da estrada e de repente está na margem do Rio. Aqui um pequeno morro; do lado de lá  uma co