Nada faz o menor sentido. O tempo. O tempo cessa, os minutos e as horas tombam inertes, completamente impotentes numa lassidão final. Os segundos deixam de correr e de serem contados um a um. O universo inteiro congela em um infinitamente pequeno e imperceptível ponto. E por i ncontáveis milhões de eras congeladas assim permanece. Mas então um ínfimo fiozinho de luz escapa e uma explosão monstruosa começa a despedaçar a concentração brutal de matéria contida no pequeno ponto. E, à medida que os pedaços se afastam do núcleo, o tempo começa a correr. As engrenagens todas movem-se novamente, a natureza vai fazendo o seu trabalho entrópico/dialético, os mortos voltam a se reintegrarem ao cosmos, lentamente carne, ossos, cabelos, dentes, se unem uns aos outros, separam-se a seguir, são agora minerais, átomos com memória quântica aglomeram-se, formam moléculas, estrelas surgem dessa matéria, planetas também, e logo água, terra, hidrogênio, oxigênio, gen...