SEGUNDA-FEIRA

 
 
 ao Pavel Bersan, primo que fez
tão cedo seu derradeiro vôo.
 
 
 
Esta hora da tarde faz meu mundo parecer uma ilha solitária.
Mas ao longe ouço um cão latindo
e pneus raspam ruidosos o asfalto na estrada próxima.
 
Entretanto é o momento em que os pássaros se calam
e misteriosamente o mundo pára.
 
O silêncio permanece um instante; o primeiro trinado após a leve pausa
 vem anunciar  a iminência de Vésper. Então vemos o rubro Sol,
ofegante após persegui-la por sigilosas órbitas frustrantes.
 
A algaravia arbórea retornou ainda mais forte,
enquanto o espaço perfila a fita indiana dos aviões que pedem pouso.
 Em inacreditáveis tons vermelhos  explodem os céus do Oeste, logo
esmaecendo lentos, pensativos, 
em dulce adagio
da mesma forma agora calam-se um a um
os pássaros dormentes.


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