MAIS DO MESMO








 QUE podemos esperar então, da vida (do espelho?) se tudo o que percebemos é a imagem esmaecida, já, do passado? Quando estamos para nascer, já nascemos? Nosso choro primal antecede o da matriz? E a morte, o que é? Quando, afinal morremos? Em que instante deixamos de ser e nos tornamos nada?
      O presente inexiste? O que pensar do futuro? Nos movemos no pretérito; o que veio antes, se nunca há o depois? A impunidade derivada do presente do verbo "ser" se aplica? Alguma vez serei? Deixarei alguma mensagem aos pósteros? 
Existirão, estes?
      Ah, a vida, esta então deve ser um vir-a-ser contínuo e jamais alcançado e, por isso mesmo, nada mais ilusório que aquilo chamado realidade, não é mesmo? Pois movendo-me idealmente na velocidade da luz, nem mesmo um borrão fugaz e controverso poderia perceber, ao contemplar-me em um espelho...

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